quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Mais um ano (ou menos um ano?!)

Angra dos Reis, 31 de Dezembro de 2014

Foi-se mais um ano. E que ano duro e desafiador! Vendemos nosso apartamento, colocamos as crianças em uma escola americana, mudei de emprego e teve ainda o sofrimento com a doença e posterior falecimento do meu sogro - tudo em um ano só.

Enquanto escrevo estas palavras, o mar está muito mais tranquilo agora... mas passamos por boas tempestades.

Nos adaptamos bem ao apartamento alugado, as crianças também se adaptaram ao novo idioma (depois de muita luta) e as coisas também se acomodaram depois da perda do patriarca da família da minha amada. A frente temos sonhos, muitos sonhos e metas, prometendo um 2015 com águas mais calmas (será?!).

Botamos na cabeça que para sair por ai não devemos ter nada (financeiramente) que nos prenda no Brasil. Nenhum imóvel, pendências... nada, e o nosso foco esta exatamente nesta desmobilização.

Esse ano também é ano de alfabetização da molecada... em inglês. Este é o outro pré-requisito para partirmos.  E tudo correndo bem até dezembro estaremos prontos faltando encontrar o barco e fazer as malas.

Mas mudando o assunto e falando um pouco sobre a virada do ano, nestes últimos dias o Laffite enfrentou sua maior lotação até o momento, parecia a barca Rio Niterói às segundas! 

Veio a parentada toda do RJ para o Bracuhy encontrar conosco.  Minha mãe, sogra, cunhados, sobrinhos.. chegamos a ter 11 em um barco de 36 pés. Arrumamos uma vaga emprestada para o barco no pier (valeu Nando!!) e alugamos uns quartos na casa/pousada de uns amigos (valeu Re e Guilhermo!!). O esquema ficou nota dez e de la saíamos todos os dias para o mar. 

Conhecemos vários outros points legais em Angra que ainda não tínhamos ido, belas dicas colhidas do guia de Angra/Paraty. Conhecemos restaurantes bem legais e não tao procurados e até churrasco na ilha de Itanhangá fizemos junto com o próprio dono da ilha. Muito bacana conhecer a história da Ilha e da família deles. 

Churrascos e mais churrascos de diversão... muito bom! Mas tenho que confessar que o barco ficou miúdo para tanta gente e por vezes me dava agonia em ter que me equilibrar por entre o povo para ir ver alguma coisa na proa. Era amendoim caindo pelo chão, nego pedindo cerveja, outro querendo o remo do standup, sobrinha falando em ir pescar, cunhado querendo pilotar o barco - faz parte!!  :))

E o povo mal chegava na marina (depois de um dia na praia!!!)..  tomava banho, e vinha de volta pro barco para tomar um vinho a noite conosco no cockpit.  (vai descansar desgraça !!!  ...vou pedir demissão!!) 

...brincadeiras a parte, mas eu entendo. Sem que eles soubessem, o mesmo bichinho que tinha mordido a gente anos atrás também estava mordendo eles (tinha uns até falando em embarcar conosco mundo a fora...     jessusss.... Vou me jogar no mar!! )


:)))


















segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Lafitte esta um brinco!

São Paulo, 10 de Novembro de 2014

O verão esta chegando, e junto dele a promessa de várias velejadas entre SP e RJ. Desta vez decidimos levar o barco para Paraty... o que será uma boa dado proximidade com o Rio de Janeiro, facilitando para nossa parentada nos visitar nos finais de semana.

Mas antes disso, decidimos dar uma geral no Lafitte. As capotas ja havíamos trocado meses atrás. Agora foi a vez de subirmos o barco para fazermos fundo, trocarmos óleo da rabeta, revisarmos estaiamento, trocarmos as correntes da âncora e, no embalo, substituirmos os alto falantes externo do barco (pois estavam um lixo). Fizemos todo o serviço na própria Ilhabela, na Marina Porto Ilhabela com a ajuda da dupla Almir & Ceará - parece grupo sertanejo, mas não é, ..são os caras gente boa que cuidam do Lafitte na ilha.

Ficou lindo!  ..e no embalo do samba, ja montamos um book espetáculo para ajudar na venda do barco com fotos fresquinhas do bichano.  Tudo bem que só vamos colocar o book no mercado depois do carnaval. Até lá, muita sombra e água fresca.

PS: (post atualizado em fev/15): Uma pena, mas tivemos que tirar o barco da água de novo logo depois. Barco tem destas coisas, você revisa tudo, no detalhe.. põe na água.. e estoura outra coisa. Desta vez foi o diabo da rabeta que deu um vazamento que culminou no travamento da ré. Descobrimos o problema no mar, com toda a família.. sogra, cunhados e papagaios.  Paramos para curtir em uma praia e cadê que o diabo da ré entrava.  Relaxei, ..ancorei mesmo assim, curtimos o dia.. e o povo só veio se dar conta quando estávamos por chegar na marina quando pedi pelo rádio para o apoio náutico vir até o barco para nos ajudar a freá-lo para atracagem (e claro que nessa hora a desavisada engatou!!! vai entender o humor de um barco).  Enfim... para resolver o problema lá foi-se o lafitte para o seco em uma marina em Paraty..  horas de mecanico... meia duzia de peças e mais 5mil reais gastos.  Barco é assim, como uma casa de praia que voce curte e da despesa. A vantagem, é que no nosso caso nossa casa flutua e a gente move de lugar quando enche o saco.


















segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um tijolo por vez

São Paulo, 22 de Setembro de 2014

Mês difícil estes dois últimos. A correria no trabalho, a doença e posterior falecimento do meu sogro (Carlão, pai da Raquel), misturado com nossa mudança de apartamento. Tudo embolado, tudo misturado, tudo ao mesmo tempo. Por entre caixas e coisas espalhadas vi minha amada sofrer com a perda do amado pai (grande cara, grande amigo!). Mas de cabeça erguida e amadurecimento espiritual ela encarou de frente todo o processo e foi um dos pontos fortes da família dando apoio para mãe e irmãos. (Amo vc xulé!!!)

Agora com tudo mais calmo, escrevo estas palavras sentado na varanda do ap novo (o alugado)... e com tudo um pouco mais organizado olho São Paulo lá fora, acelerada, viva... as 22:00. "O mar acalmou agora", reflito. E certamente estamos tirando aprendizados neste turbilhão de coisas.

No processo de mudança de apartamento nos desfizemos de várias coisas que antes eram "importantes" p gente. Começou no ato da venda quando já fizemos uma lista de coisas encaixadas no apartamento e fizemos um pacote adicional com o comprador. E assim,  nesta primeira leva foi-se minha adega, xbox, home theather, maquina de lavar louça, entre outros.

Mas não paramos ai.. estávamos determinados a simplificar nossas vidas.  Logo após nossa mudança, a cada camarada novo que vinha aqui em casa para alguma instalação não exitávamos em encher uma sacola e fazer o dia dele: o cara da NET saiu com tênis, roupas, gravatas e paletós. Já o que instalou a geladeira, saiu com roupas para família, bolsas e livros. Um por um, foram ganhando o "dia". 

A Fafa (nossa amiga - funcionária) foi a campeão: de tanta tralha teve que arrumar um frete (meio que uma mini-mudança) pra ajudar com tantas caixas. Foram roupas, computador, sandálias, bolsas, coisas de casa, panelas, livros, cds, dvds, e por ai vai.  Mas não paramos aí! Quando o frete de mudança dela chegou para buscar as coisas...  o marido e o ajudante também fizeram a festa... com tênis, relógios, camisas, etc.  

Bacana ver os olhares. Uma mistura de espanto com alegria. "Por que vocês estão fazendo isso? ...eu vim para instalar sua tv e você me serve um café e me da um monte de coisas?!", nos perguntavam.  "É isso ai", respondíamos. "...o ser humano tem uma capacidade impar de acumular coisas que não precisa, mas que teria muita utilidade para o outro", emendávamos.  

Um amigo do trabalho chegou a me perguntar se tínhamos virados budistas (Edu, você lembra desse dia?!), eu disse que não. Mas fiquei com vontade é de dizer a verdade é que estavámos nos preparando para mudar para um barco.... e nele não caberiam gravatas, paletós, adegas, etc. Mas não dá (ainda) pra dizer isso, obviamente.

Além deste processo de "desapego", começamos a colher os pequenos frutos do ensino "duplo" das crianças.. o Lucca - nosso mais velho (6 anos) já começou a falar pequenas frases em inglês... com um sotaque perfeito, de fazer inveja para qq ingles macarrão tijucano ou niteroiense aprendido depois de velho - assim como o meu. Ta suado, caro, ralado..   mas nestas horas vemos que vale a pena.

...e assim estamos caminhando, e tijolo a tijolo nosso sonho vem sendo construído. E na virada do mês, com muito prazer, irei no topo da minha planilhinha e vou escrever "...faltam 27 meses".





sábado, 28 de junho de 2014

Contagem Regressiva - faltam 29 Meses

São Paulo, 28 de Junho de 2014

O tempo está voando rápido, pisquei o olho e o mês passou. Mês intenso de muita renovação e certezas.

Comecei no meu novo-antigo emprego. Muito bacana retornar a velha casa onde me formei e iniciei carreira, mais legal ainda reencontrar bons e velhos amigos que de uma forma direta ou indireta fizeram parte do meu passado e hoje de novo do meu presente. 

Estou bem animado, inclusive. Tudo bem que o esforço e empenho tem sido grande: chego cedo e saio tarde e o cérebro tem chegado cansado a noite com tanta informação e processamento. Caio no sono rápido em um sono pesado para um novo dia, e assim o mês voou. 

O aprendizado náutico deu uma freada pois o tempo é curto e pouco tenho estudado pra prova de capitão. Não está dando pra fazer tudo ao mesmo tempo. 

Chegamos a conclusão que nosso maior desafio não diz respeito ao lado "técnico" do nosso projeto como conhecer de navegação oceânica, travessias, manutenções, metereologia, etc. Tais conhecimentos são fundamentais, porém acreditamos que eles dever vir naturalmente dado que já estamos embrenhados neste meio e quando estivermos morando a bordo teremos todo tempo do mundo para aprofundar e mergulhar nesta zona de conhecimento, assim acreditamos.

Nosso maior desafio está sim no lado "emocional" do nosso projeto: saber lidar com a educação e crescimento dos nosso filhos, aprender a "desapegar" do mundo concreto e cotidiano... e saber tocar a vida cigana numa boa, ao invés da vida enraizada e encarreirada (acomodada?!) de SP. E é justamente neste auto-conhecimento que temos investido nosso tempo e foco.

Além disso, os sinais que vem do céu são claros e concretos nós apontando a direção. Sem que quiséssemos (e quando já íamos recuar) eis que bateu uma proposta indecente pra venda do nosso apartamento... E assim o fizemos! Tudo bem que eu ia amarelar, preciso confessar..   mas minha amada nos empurrou na direção dos nossos sonhos. Eta alma gêmea, o que seria de mim sem você!! Contrato assinado, dinheiro guardado e agora estamos morando de aluguel.

Vendemos também nosso carro, dado que vamos receber um da empresa. Aos poucos vamos nos "desmobilizando" e desapegando. As planilhas estão atualizadas e sonhos se materializando. Com prazer passei a contar os meses de traz pra frente: com a chegada de julho, faltam agora 29 meses pra cortar as amarras.

Vamos nessa, pois os sinais estão claros a nossa frente!



sábado, 31 de maio de 2014

Pre-temporada por Paraty/Angra

Ilha Grande, 31 de Maio de 2014

Choveu a noite inteira. O vento sudoeste teima em bagunçar o mar e nos frear. Tudo bem que na vinda pra cá semana passada ele muito nos ajudou empurrando um LAFITTE a quase 9 nós na surfada das ondas com tudo a favor.

Na ida esperamos a frente fria chegar na Ilhabela para nos empurrar na direção de Angra dos Reis.

Sensação diferente olhar para traz e ver um mostro cinza com mar encarneirado e olhar a frente e sentir o barco surfar nas ondas com tudo a favor. A tarde foi caindo, escurecendo o dia e o vento nada de baixar.

Preventivamente rizamos (diminuímos) as velas, diminuindo um pouco a velocidade para encarar de forma mais segura a noite.  Imagine se um cabo estourasse ou vela rasgasse no meio da noite com ventão... seria um salseiro!!  Já domino bem navegação em águas abrigadas (nada de mais) mas em mar aberto com ventão, no escuro....  te confesso que sigo adiante mas vou controlando o estômago. Degrau por degrau vamos subindo o nível de experiência.

Quem me acompanhou nesta "aventura"  foi novamente meu velho parceiro Richa - amigo de infância, parceiro de moto. Ele também tinha férias para tirar e nossas esposas deram uma força tocando a vida com as crianças em São Paulo e nos liberando o alvará.

Dias atrás ancoramos no Sítio Forte, Ilha Grande - uma das nossas ancoragens prediletas. Paramos ao lado de um grande veleiro europeu que já vinha há quatro anos rodando o mundo. Era um casal com dois filhos pequenos a bordo. Me aproximei e dei de presente para o capitão um guia da região: "In two years I'll be travelling like you... I've been preparing my family for that...", eu disse a ele. Claramente eles estavam meio "assustados" desbravando a floresta brasileira. "Is it safe to stay here?", ele indagou.

Vimos nesta semana uns dez a quinze barcos estrangeiros por aqui. Fato é que o astral e a beleza dessa região teria encanto para muito mais, mas Brasil é Brasil, e os caras quando vem pra cá devem ficar muito assustados mesmo, meio que sentindo-se no meio de um país em guerra. Da para entender..

Para coroar a viagem.. sem saber, fomos brindados com o festival de jazz em Paraty ontem a noite. Paramos em uma marina para abastecer e tirar o lixo quando ouvimos o bum-bum do barulho na cidade a distancia. Decidimos pegar o botinho e ir lá fazer um reconhecimento...  e que espetáculo! A cada esquina um músico de rua fazendo seu som e passando o chapéu para o público.  Gringo para tudo quanto é lado junto à músicos de diferentes estilos. Velha sorte da porra, noitada show!  Prometi que ano que vem volto aqui com minha tropa toda.

Ponto alto da viagem também foram as ancoradas pela Ilha da Cotia, ficamos dois a três dias na região com horas e horas de standup entre as águas calmas..  beirando as ilhas, vendo arraias, tartarugas e pequenos peixes.   As noites silenciosas eram quebradas somente pelo barulho da nossa sessão de cinema no notebook regado a whisky.  Isso mesmo, ja to gastando a biblioteca de filmes que temos reunido há meses.

Essa semana no mar é a última de férias antes de reiniciar no meu novo-velho emprego. Já tenho até sonhado com reuniões e reencontros. Ontem acordei assustado com um pesadelo onde eu chegava no meu primeiro dia no escritório e estava sem calcas, vai entender.

Mas to animado, serão ótimos reencontros que devem nos dar um gás extra para encarar os próximos 20 meses que temos pela frente.

Aguardem.




domingo, 4 de maio de 2014

Encontro ABVC 2014 - Dicas e Aprendizados


Angra dos Reis, 1 de Maio de 2015

Estou no meu momento "nothing in box", ...eu explico: é aquele momento em que minha cabeça esta "vazia"..com poucos problemas para resolver.  Afinal, estou exatamente no periodo de transição entre empregos. Os problemas da empresa atual/antiga já são passado..  e ainda não entupi o cérebro com os novos problemas.. do novo emprego.  Que momento mágico!!! Ficarei assim até 2 de junho. Quase 40 dias de "nothing box" !!!  Espetáculo!!!

Com este clima..  fomos para Angra dos Reis para participar do encontro da ABVC 2014 no Bracuhy. muito bacana, por sinal.  Me senti um calouro no meio de gente vivida no mar. Absorvi muito conhecimento e aprendizado..  e quanto mais aprendo mais vejo que nada sei.  Vejo que estamos no caminho certo.

Como terei tempo este mes para atualizar nossos planos e sonhos.. vou dedicar em breve um post sobre isso.  Mas por hora, destaco nas proximas linhas as minhas anotações das palestras.. sem tirar nem por nenhum adjetivo, simplesmente minhas anotacoes colhidas ao vivo.


*********


Palestra sobre manutenção de MOTOR DE POPA:

- Qdo afogar: fechar saida de ar + acelerar no max + zerar afogador + dar partida varias vezes. Insiste, pois vai pegar!! Qdo pegar, baixar aceleração, abrir saída de ar

- abastecer moto popa só com poddium. A poddium demora muito mais a envelhecer e dura mais de 6 meses guardada.

- ter parafusos do motor sobressalente e de inox, pois os originais enferrujam rapido

- qdo não ligar de jeito nenhum: tirar velas p limpar (atras) - tirar carburador p limpar tambor (pela frente)

- só abrir saída de ar pra usar o motor. Fora isso saída deve ficar sempre fechada senão vai encharcar motor

- qdo cabo ignicao estourar:  sacar arranque automático  + usar cabo reserva enrolado manualmente (vem no kit do motor)

Palestra sobre MASTREAÇÃO:
Telesmar lira: 12-3842-3664 / 12-99715-4190 / ubatuba telesmar@telesmar.com.br 

- nao deve ter fita e nem proteção em nenhum terminal das cruzetas/mastor, pois acumula umidade e acelera desgaste

- A cada dez anos (no max 15 anos) sistema deve ser trocado. Agendar urgente verificação geral do sistema do lafitte!!

- manutenção de catraca a cada 5 anos. Agendar p lafitte!!

- Regulagem deve ser feito com barco na orça. Estai não pode ficar bambo. Nunca esquecer de colocar a cupilha. Atenção para qdo apertar cabos não desenrolar cabo;

Palestra sobre PINTURA DE FUNDO:
Eduardo Coco Faggiano

- Aplicar vinil bronze sob tinta velha depois de lixado. Ajuda na aderência da tinta nova. Custa pouco (R$180)

- Polimento de costado: fazer a cada dois ano. Pois o gel no tempo acumula mais umidade e sujeira...  Se nao estiver critico, nao lixar somente polimento. 

- Quando o costado é pintado colorido (azul, vermelhor.. etc) exige muito mais cuidado/manutenção,pois desgaste é muito mais rapido

- tinta p fundo: qualidade/fabricantes muito parecidos, diferindo muitas vezes dependendo do local onde fica o barco (quando pode ter mais infestação ou menos de cracas - ambiente mais sujo x mais limpo..).Diferem pouco em qualidade, restando a diferença na facilidade de limpeza - sendo a "melhor"a MIKE

- verificar aterramento do barco

Palestra sobre PREVENÇÃO INCÊNDIO:
Dr. Ricardo

- ter extintores espalhados pelo barco, sua função eh somente apagar o principio de incendio, e nao combater depois de espalhado.

- fazer aula prática com família usando equip vencido. Idem p fumigenos


Palestra sobre PREPARAÇÃO TRAVESSIA:
Ivan@veleiro.net

destaques de alguns itens obrigatórios:
- Ter cabo de reboque de 40m - pois por vezes o barco a dar reboque não dispõe de cabo
- linha da vida com cinto de segurança
- revisar vhf + antenas
- treinar tripulante com homem ao mar e conhecimento mínimo p manobrar
- verificar lanternas e pilhas reservas. Lanterna de mergulho (para caso seja necessario mergulho de emergencia para desenrolar linha de pesca) e cabeca
- ter min de 60 m corrente. Fundos de coral pode cortar amarra
- deixar segundo jogo de ancora preparado p ir ao mar, pois pode ser que quando se precise dele seja em uma emergencia.

Regras por TURNO:

- forme regime de turno e destaque 1 como responsável (sempre UM, nunca dois). Quem deixa mais de uma pessoa no turno.. e o mesmo que ter nenhuma.

- atenção com rede, mais intenso na beira da plataforma litoranea - fica entre 30m e 60m. Pescador usa canal 6. Levar foice afiada com cabo longo

- atenção com navio. Manter canal vhf 16. Ótimo se tiver AIS

- manter atenção com baleias. Manter motor ligado. Não é garantia mas pode ajudar.

- entrada de porto. Muita atenção. Entrar sempre no motor.

- ROTA: baixar rota do costa sul. Conferir cuidadosamente. Repetir rota na carta de papel. Verificar sempre no gps no zoom maximo, pois zoom pode esconder marcas.

Palestra sobre METEOROLOGIA:
Luciano Guerra

- fazer download simbologia meteorologia

- usar sw PWC (predict Wind). Mais assertivo do que o windguru.

- navi weather - fazer download. taxa de erro de 17% sendo melhor atualmente pra uso no brasil. Demais modelos são mais aplicados para outros paises e/ou oceano aberto. Modelo navi cruza três modelos globais JMA / MET OFFICE / NOAA. Grátis ate 3 dias. Depois eh pago, mas tb depois disso a previsao erra

- Predict wind (preferencia ao PWC). Uso mobile.

- Previsão meteograma numérico CPTEC - usar modelo BRAMS5. Modelo brasileiro p brasil

- GFS / grib us - taxa de erro 40% no litoral brasileiro. Nao usar. 

- comprar barografo p barco. Digital.

- cartas sinópticas da marinha.

Palestra sobre PREPARAÇÃO LONGA VIAGEM:

- simulação passagem no VISUAL PASSAGE PLANNER - VPP3

- uso de guias e roteiro tradicionais e cartas piloto

- checklist a verificar: estaiamento, buchas do leme, suporte do mastro, piloto, etc.

- Garantir 3 rizos e rizada automática

- melhorar bolsa de abandono e farmácia

- aprender a fazer pao

- investir em roupa de tempo - de boa qualidade. Custa caro, mas vale muito a pena.

- fazer curso pra uso da balsa

- AIS transponder eh fundamental. Telefone inmarsat também.

- fazer treinamento medico + montagem farmácia com marcelo (medico q apoiou eles na travessia brasil-africa) e pedir tb p ensinar uso balsa

- verificar sistema de leme + piloto. Que pecas reserva temos q ter?

- estudar sobre comida liofilizada - muito prático p ser usada durante travessia

*********
É isso.. fim das anotações.  Abaixo duas fotos tiradas no evento.


Esse cara pequeno aqui é o Beto Pandiani, grande aventureiro - fonte de inspiração.
Li todos os livros dele... bate no google caso você não conheça sua história.


Uma das várias palestras da ABVC... essa aqui foi de um casal que foi
do Brasil a África em um pequeno veleiro. Bate-volta, jogo rápido.. logo ali :)


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mudanças, uma atrás da outra...

São Paulo, 23 de Abril de 2014.

Entre datas de partidas, planejamentos e sonhos, lidamos intensamente com a dúvida e muita ansiedade nestes últimos meses.

Como já disse em outro post, já tinhamos colocado tudo a venda: barco (Lafitte), apartamento, moto, etc.  Mas ainda não conseguimos negociar as principais coisas o que vem limitando bastante nossas principais ações, pois são justamente destes bens que virão a bufunfa da nossa viagem.

Além deste processo enfrentamos também o início dos nossos filhos na escola americana aqui em SP o que representou um grande desafio e esforço de adaptação de todos nós: afinal, são duas escolas e alfabetizações em paralelo - a primeira, uma escola tradicional brasileira, a segunda uma escola americana buscando facilitar a transição futura deles para o novo idioma.

O povo que mexe com terapia e educação infantil quase nos matou dizendo que estávamos cometendo um sacrilégio com a mulecada forçando demais o cérebro deles. OK, eu entendo - vocês tem uma grande parcela de razão...  "Mas o que vem pela frente vai valer a pena!", nos convencemos.

No meio deste turbilhão de atividades e emoções aprendemos muito e tiramos importantes conclusões, principalmente que nossa dinâmica familiar precisa ainda ser amadurecida para podermos nos lançar ao mar. Isso não significa nenhum tipo de revolução, mas principalmente dar tempo ao tempo para acalmar e solidificar as ações e mudanças que a gente vem empregando no dia-a-dia.

A mulecada ainda tá muito jovem, no meio da alfabetização e, principalmente, na fase de aprender importantes regras, limites e responsabilidades que serão vitais ao longo de toda sua vida. E muito nos assusta interromper este processo de amadurecimento de forma precoce sem ter certeza se saberemos lidar com isso de forma independente navegando por ai.

Em paralelo a tudo isso vem o nosso aprendizado no mar que avança rápido a bordo do Lafitte (nosso "barco escola"), mas é fato que ainda somos calouros. Já dominamos bem a dinâmica da navegação costeira e cotidiano a bordo sendo capazes de navegar por qualquer canto aqui pelo litoral entre SP e RJ em situações normais, mas dai para nos lançarmos em uma travessia mais longa ainda nos falta (muita) experiência. Temos certeza que dado caminho atual este conhecimento virá naturalmente com o tempo.

Por fim, querendo ou não, ainda estou mergulhado na carreira, e o dinheiro pesa bastante pois cada ano trabalhado pode representar bons anos de sossego no futuro. Belos dilemas!

Com todo este contexto tomamos uma das decisõs mais difíceis dos últimos anos: cravamos nossa data de partida para 2016-2017 - postergando mais dois anos e meio nosso sonho. "Vamos deixar a mulecada crescer um pouco mais..  e quando o Lucca (o mais velho) chegar perto dos 9 anos a gente parte", assim idelizamos. 

E junto desta decisão, veio outra igualmente importante: aceitamos a oferta de emprego que recebemos recentemente (falei sobre ela alguns posts atrás) - e na última semana pedi demissão do meu emprego atual e assinei com o novo.

Pronto, decisão tomada, tudo acertado. Data de partida postergada e cravada! Ufa!! ...caramba, saiu um chumbo das minhas costas.

Agora teremos mais 2 a 3 anos pela frente para (com calma) acumular milha náutica, alfabetizar nossos filhos nos dois idiomas, preparar emocionalmente nossa família e, também importante, resolver as questões financeiras e administrativas que envolvem nossa partida (sem afobação).

O ponto chave de todo este processo foi nos dar conta de que estava "antecipando" a saída para uma nova vida não devido a contexto familiar ideal (se é que a palavra "ideal" pode ser aqui empregada), mas sim pois estava de saco cheio de todo contexto atual é grande ansiedade por mudanças. Ou seja, talvez estivéssemos partindo para um sonho bacana, porém pelos motivos errados e na hora errada.

Página virada, ....mas agora meu medo é outro.

Com essa mudança de emprego estou retornando para o mundo corporativo pesado na antiga multinacional onde me criei e dediquei intensamente (visceralmente) por 15 anos. O meu processo de saída de lá 5 anos atrás já tinha sido muito difícil e doloroso com uma imensa carga emocional. E cá estou eu voltando indo de encontro a essência do capitalismo para lidar com egos, patentes, cargos, títulos, carreira, ...bem distante do estilo de vida que estou mirando no futuro. 

Quando se tem um propósito forte os desafios de curto prazo tendem a ser mais fáceis de digerir. Mas por incrível que pareça meu maior medo é justamente ficar novamente preso e viciado dentro dessa corrida corporativa e me perder lá dentro e por consequência me afastar dos nossos sonhos.

Mas não perdi tempo, já tomei minha contra-medida como proteção a tal risco: logo depois dos papéis assinados catei no google e corri para cravar nossos sonhos e objetivos.

Pronto! Agora tá na pedra! Ou na pele?! ...agora sempre que me olhar no espelho vou me lembrar do caminho que estamos seguindo.









quinta-feira, 6 de março de 2014

Do susto ao aprendizado (Carnaval 2014)

Ubatuba, 6 de Março de 2014.

Hoje foi minha melhor noite de sono. Dormi feito uma jaca ou feito criança que nada tem a se preocupar, você escolhe. Parece que pisquei e acordei na mesma posição e nem o travesseiro mexi.  A profundidade foi tamanha que tive uma noite abarrotada de sonhos em sequência sendo que o último ficou com tintas frescas na minha cabeça.

Sonhei que depois de um longo processo decisório havia decidido postergar nossa mudança de vida (para o mar) por mais dois a três anos e acabei por mudar de emprego aceitando a oferta de um antigo chefe e retornando para antiga empresa onde me “formei” e fiz carreira.

Ainda no imaginário, coloquei meu paletó e gravata, fiz a barba, meti um cheiro e fui para meu primeiro dia no novo-velho escritório, retornando para minha antiga vida. Estava resignado, esta a melhor definição. Não estava feliz, mas sim fazendo o que tinha que ser feito para o bem da nossa família (dando tempo ao tempo). Mas para meu espanto, ao chegar na porta do prédio, atrasado para minha apresentação.. olhei para meus pés e percebi que estava descalço. De gravata, mas descalço. Acordei exatamente neste susto, na tentativa de afugentar a angústia em achar sapatos e meias na altura do campeonato.

Não sou psicólogo e nem astrólogo, mas encarei tal sonho (não por acaso) como reflexo natural da minha angústia atual, onde me vejo metido em um processo decisório emocional, cheio de dúvidas e com uma boa dose de insegurança na escolha do melhor caminho a seguir.

O sono de pedra também teve seu motivo: vinha dormindo mal até então. Primeiro devido a forte gripe, segundo pois o mar e o tempo muito nos atrapalharam nos últimos dias.

Estamos no último dia do nosso primeiro carnaval a bordo. Viemos velejando da Ilhabela até Ilha Grande e hoje estamos retornando. Amanhecemos na bela (exceção ao nome) enseada do Flamengo em Ubatuba e hoje de tarde deixaremos nosso amado Lafitte em sua poita na Ilhabela quando voltaremos para nosso cotidiano em São Paulo.

Subimos mais um importante degrau em nosso aprendizado no mar: encaramos fortes chuvas, mar mexido, vento na cara por horas seguidas, nossa primeira vez em mar aberto com toda molecada e, por fim, nossa primeira vez com risco real de acidente. Eu explico.

Na vinda, como o mar estava muito bagunçado e desconfortável, decidimos desviar o rumo para um pernoite na praia de Picinguaba - enseada bem próxima da Ilha das Couves em Ubatuba - para alívio da nossa abalada tripulação. Uma boa decisão, a princípio. Mas fomos surpreendidos às três da manhã por uma forte chuva que chegou assobiando alto com um vendaval, fazendo nossa âncora soltar e nosso sangue borbulhar.

Por sorte do destino (ou aviso la de cima) acordei do nada com a claridade de um raio e meio desavisado levantei para fechar as gaiutas preparando o barco pro aguaceiro. Dado a claridade de um segundo raio, olhei por uma das gaiutas e para meu princípio de infarto vi que já estávamos há poucos metros de uma grande traineira de pesca cheia de braços quase a nos agarrar. O Lafitte havia se soltado dado vento forte e já havíamos derivado uns vinte metros para trás e seguíamos acelerado em direção ao beijo da traineira.

No susto acordei a Raquel e juntos saltamos para tentar segurar o cavalo xucro no meio da tempestade. Ela correu para o guincho na proa e eu para o leme rapidamente dando partida no motor. Máquinas avante ! 

Como um cabrito o Lafitte sacudiu preso pelo cabresto. Os trinta metros de corrente no mar somente dificultavam nossa manobra quase que impedindo de nos afastarmos do sufoco. O bichano rabeava para os lados e eu acelerava o motor na tentativa de reequilibrar o prumo dando cara ao vento. 

A pressão no rabo foi no limite quando o diabo do guincho travou na hora derradeira impedindo de tirarmos a âncora da água. Minha mulher gritava na proa, e eu gritava na popa. Ninguém entendia ninguém. Desisti de ir avante e passei a dar ré e aos trancos e barrancos – mas ainda com a âncora na água, arrastamos na marra o bichano contornando a traineira pela popa e derivando para longe no meio da baia escura.

Mais isolados a frente trocamos de posição e Ela assumiu o leme e eu fui desvendar o travamento do guincho. Era o disjuntor que desarmou dado que a corrente havia se enrolado no guincho. Depois de resolvido o problema, refizemos a ancoragem tendo somente os clarões dos raios e o GPS como referência dado o volume de água que caia e escuridão impedindo que enxergássemos a frente.

Quase quarenta e cinco minutos depois voltamos para cabine com olhos esbugalhados, encharcados e assustados. Nossos filhos acordaram na sequência: “Tá tudo bem, papai?”, Zé Cuca, o mais velho, perguntou. “Tá sim, filho.. papai estava preparando o barco pra chuva.. pode voltar a dormir”, tranquilizei. Mal sabia ele que os pais estavam exaustos e semi-infartados.

Impossível voltar a dormir depois disso, perdi a confiança no fundo, na unhada da âncora e, principalmente na desgraça do alarme de âncora (do ipad) que não disparou. Me mantive alerta até o amanhecer. E quando o dia clareou a bagunça já tinha acabado e com mar e tempo mais calmo decidi dar partida no motor e seguir para o oceano rumo ao nosso destino. Afinal, ”se não consigo dormir, vamos aproveitar o tempo para seguir adiante no nosso rumo”, assim pensei.

De dia e mais tranquilos, debulhamos o ocorrido relembrando cada momento, buscando repensar nosso comportamento e ações para quando formos desafiados novamente. E certamente, assim seremos - pois assim é a vida no mar: grandes prazeres, grande sustos e grandes aprendizados.

Vou resumir aqui em poucas linhas as lições aprendidas:
  • Alarme de âncora: obrigatório! Erramos ao armar o software do ipad. E temos também que ter um equipamento 100% confiável e não ficar na tentativa/erro experimentando a configuração.
  • Erramos na ancoragem inicial: deveria ter testado a firmeza do fundo dando ré com o barco. Mas ao contrário, joguei ferro e como o bicho travou no vento fraco me dei por satisfeito. Grande e maior erro!
  • Devemos ter todos itens de emergência (lanternas de cabeça, capas de chuva, facas e GPS) 100% a mão, e não ficar catando cavaco no meio da confusão.
  • Guincho: o do Lafitte travou pois a caixa de âncora é pequena e quando a corrente volta com pressa ela embola dentro da caixa atingindo o topo e travando o guincho, exigindo atenção de quem manuseia o guincho a sempre organizar a corrente na volta evitando o embolo.
  • E por fim, mas talvez a mais importante lição: cada um tem que ter um papel claro a bordo, sobretudo para saber o que fazer e como agir em momentos de emergência.  Bem diferente do bate-cabeça que tive com a Raquel.  ..mas valeu, a primeira expêriencia a gente nunca esquece.

Tirando os sustos, o restante da viagem foi repeteco do ano novo.. excelente! ...com várias enseadas bonitas, muito sol, atracagens tranquilas, churrascos, violão e muita diversão.  De novo fomos ao Sítio Forte na Ilha Grande – sendo que desta vez experimentamos a famosa lasanha de peixe da Telma na Tapera (muito boa, por sinal). E novamente pernoitamos na Ilha do Cedro, uma das nossas ancoragens preferidas, local perfeito para nosso churrasquinho debaixo da amendoeira.

E ontem, para finalizar uma bela viagem, fomos escoltados por um bando de golfinhos, meio como uma mensagem divina para termos calma e ficarmos tranquilos pois lá em cima tem gente com as mãos nos nossos ombros, bem alinhado com o que a Raquel tem tido pra mim ultimamente: 

" ...calma, pois deus ta caprichando!" :)

É isso, bola pra frente!












segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Motim

São Paulo, 10 de Fevereiro de 2013

Motim, isso mesmo. Nossa sorte é que o motim é em terra ainda enraizado no nosso cotidiano. Talvez se fosse no mar seria mais complexo administrar.

A tal rebelião tem sido liderada pelo nosso filho mais velho - o Zé Cuca, de 6 anos. Ele tem resistido firmemente a se adaptar a nova rotina na escola de inglês. Isso mesmo, eles agora estudam em uma escola internacional pela manhã e uma escola normal brasileira a tarde.

Coitado dos bichinhos, afinal não deve ser fácil encarar uma sala de aula cheia de gringuinhos onde somente eles não entendem nada do novo idioma. "Eu odeio essa escola", ele declara as lágrimas. "Calma, rapaz, enfrente o desafio, é muito importante que você saiba falar o idioma da terra do Mickey!", a gente negocia.

Tudo bem. Estamos forçando a barra - é o que você deve estar pensando. Mas precisamos passar por isso, pois nosso plano envolve o ensino a distancia em inglês, através da escola americana Calvert School - desconhecida de nós brasileiros, mas muito usada por vários velejadores mundo a fora (mais a frente vamos falar sobre isso). 

Nossa expectactiva é que esse sofrimento inicial na adaptação com a nova escola dure uns dois meses... e que entre quatro e cinco meses eles já estejam dominando o inglês e que provavelmente em até 12 meses estejam confortáveis e fluentes. Sendo este um grande pre-req para nos lançarmos ao mar, igualmente importante a todas as demais coisas que estamos fazendo em paralelo como nosso skill em navegação, a escolha do barco, os equipamentos, etc..

Por ora, estamos seguindo a risca uma das preciosas dicas que colhemos do Vilfredo Schurmann: "...diminua os riscos da adaptação no mar, se acostumando com tudo enquanto você ainda esta em terra: veleje bastante, ambiente todo mundo, se acostume... aprenda, tente tornar tudo o mais natural possível, pra quando vcs virarem a chave a transição não ser tão brusca.", nos disse ele. E assim temos tentado fazer. E se nossos filhos já forem fluentes em inglês antes de irmos ao mar... melhor, sendo uma adaptação a menos. Afinal o idioma universal é o inglês, e assim também é no mundo das circunavegações. 

É... a mulecada ta ralando! Vida corrida. Ta caro e suado, mas vamos adiante. 

Aguardem cenas dos próximos capítulos. 



domingo, 26 de janeiro de 2014

Volta na Ilhabela

Sao paulo, 26 de Janeiro de 2014


Mais um vale-vela! To ficando abusado, é verdade! 

Desta vez minha esposa (Raquel) tinha que ficar em SP trabalhando, e eu fui legal com ela e fui velejar na Ilhabela, esvaziando a casa, dando tranquilidade a ela. :))

Carreguei meu dois marujos comigo e juntos demos a volta na ilhabela, pernoitando do lado de fora, no saco do sombrio. Deitar na proa do barco, e ficar olhando um céu absurdamente estrelado, e contar estrelas cadentes e satélites.... E explicar o porque do universo, com um filho de cada lado, não tem preço. Nem Mastercard compra !!!!!!




















terça-feira, 21 de janeiro de 2014

De Angra pra Ilhabela

São Paulo, 21 de Janeiro de 2014.

É hora de levar o Lafitte de volta pra Ilhabela. Afinal já ficamos por quase 3 meses curtindo os recantos de Angra e Parati. Tiramos par ou ímpar entre nossos pichulés e ficou decidido que o mais velho iria com a mãe de carro de Angra até Ilhabela. E meu caçula, mais conhecido por Jack bubes,  viria comigo e mais um grande amigo de SP  (Jussa) por mar. E assim o fizemos.

Pegamos um mar espetacular, bom vento, ... E um por do sol espetacular ancorado na ilha Anchieta com direito a churrasco e uma tartaruga que chegou de mansinho para nos dar boas vindas.

Como se estivéssemos em uma redoma de proteção divina, a chuva forte teimou em nos rodear mas por onde seguíamos ela abria espaço para os raios de sol nos ditarem o melhor caminho. "Obrigado meu deus!!!!", gritou meu moleque de 4 anos espontaneamente de braços abertos na proa do Lafitte deslumbrado por todo o contexto. Divino. Indescritível. 

Ancoramos seguramente domingo de manha na Ilhabela, para reencontrar bons amigos e de lá seguirmos para nosso cotidiano em SP.

Jussa, valeu sua presença conosco meu velho! Grande amigo que conheci depois de "velho" e que parece que conheço a mais de 20 anos. Seja sempre bem-vindo!!!

Até!










quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Chutando no gol!

São Paulo, 15 de Janeiro de 2013

"É só eu deixar você sozinha no RJ que tu apronta heim criatura!", foi o que eu disse pra Raquel assim que ela me enviou a foto abaixo.  Falei brincando é verdade, afinal ela tinha sonho antigo de fazer uma pequena tatuagem.. pouco a vista, escondida pelo cabelo.

"E ela foi certeira!! Tudo bem que ela atirou em uma coisa e acertou outra!!!", pensei de primeira. 

Afinal, temos quebrado a cabeça idealizando o nome certo para o nosso projeto. Por vezes antes de dormir jogamos palavras ao vento buscando expressar a essência do nosso sonho.

"Que tal projeto Zabumba ? ..ou projeto Itacaré, velha sorte, mulambo, violas ao vento, penedo, astral, zuzubem, etc. ?!". Todas estas palavras de uma forma direta ou indireta tiveram a ver com nosso passado. Mas que nada, a conversa voa porém pousa sem conclusão. Afinal nenhuma destas palavras falariam por si só obrigando sempre explicações adicionais para expressar seu sentido sendo portanto descartadas de primeira.

E eis que de férias no RJ ela meio sem querer chuta no ângulo! A criatura foi foi la no tatuador escolheu a figura entre várias opções, mandou cravar na pele e pronto! Simples assim e depois sorridente fotografou e me enviou pelo zapzap. Gostei de primeira. Simples e direto. 

Pronto! Agora temos um bom nome com enredo forte por trás: Projeto 4birds!

Agora falta somente o barco, o dinheiro, o tempo, o skill, a experiência, a km acumulada, o roteiro, etc.. etc.. etc.. :)) Mas a gente chega lá! Aguardem..

PS: e se tu não entendeu o enredo por trás da figura, saia agora dai e vai ver televisão ou vá ler notícias sobre o seu time de futebol !! :)))

Até!!


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PS (atualizado em abr16): Projeto 4birds foi o nome que nos acompanhou a partir daqui, e destes passarinhos vieram a futura logomarca estampada no nosso Itacaré.











segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quanto vale um sonho ?

Rio de Janeiro, 13 de Janeiro de 2014

Escrevo estas palavras de dentro de um vôo da TAM - é a velha ponte aérea que tanto peguei ao longo dos últimos vinte anos. To indo de volta a velha rotina de trabalho em São Paulo.

As últimas semanas foram nostálgicas quando encontrei vários velhos amigos de infância em Niterói. Regado a cerveja abri (não deveria, mas abri) nossos sonhos para alguns deles.

Antes destes encontros eu prometia a mim mesmo que não falaria nada, mas cerveja vem, cerveja vai, e depois deles me perguntarem intensamente sobre nossos planos eu acabava abrindo uma fração dos nossos sonhos.

"Era papo de bêbado empolgado", é o que eu enviava pra eles no dia seguinte regado a ressaca. . Verdade é que Niterói é uma provincia e não quero por enquanto que o assunto ganhe dimensão e chegue aos ouvidos de familiares próximos - e muito menos no ambiente profissional. Pelo menos ainda não. "...senão minha mãe e sogros enfartam! ...ou me demitem antes da hora.", concluo. 

Às vezes falamos simplesmente em morar a bordo, às vezes em dar a volta ao mundo. Certo é que a segunda opção estiga mais, mas por ora me contento em cravar o primeiro objetivo deixando a extensão dele como forma natural do projeto. "Vamos deixar o barco seguir que as coisas devem ficar mais claras à frente", me convenço.

Mas a pergunta mais difícil de responder é "Mas quando vocês vão?".

Debruçado nas planilhas faço contas, projeto e planejo. Vivo intensamente uma briga interna entre coração e razão - ou chame estes atores do que vc quiser.

Do peito vem uma angústia grande, um sentimento de "o tempo esta passando", regado à emoção, nos forçando a mudar de vida logo e largar a vida urbana enraizada. 

Mas da cabeça vem a réplica, jogando balde de água fria na paixão mandando me acalmar e esperar mais dois anos."Mais dois anos?!", retruca a primeira voz. "Sim, pois até lá vocês se organizam com calma, velejam mais e dão mais tempo para seus filhos se estruturarem e aprenderem a falar inglês", a segunda voz bate forte com o argumento derradeiro.

O que você faria? Quanto vale um sonho?

E se daqui há dois anos o contexto for outro? ...e se alguém adoecer?! E se a Raquel ou filhos desviarem do plano e enraizarem?  E se eu enraizar e amarelar?

Ruim pensar assim, mas a verdade é que existem janelas nas nossas vidas onde determinados projetos se encaixam. E por outro, tem também momentos em que a janela se fecha e a vida te empurra pra caminhos que você não pensava trilhar mas que o bom senso te obriga a seguir.

É, dizem que sou um bom argumentador. Deve ser verdade pois até meu órgãos internos debatem internamente com veemência e bom embasamento. Enfim, vamos deixar o tempo correr pois as ideias tendem a amadurecer naturalmente.

Certo também que passaremos em breve por importante decisão dado que terei que dar a resposta final sobre um convite de mudança de emprego (falei sobre isso no último post). Se aceitarmos este convite postergaremos por mais dois a três anos nossa partida. E se negarmos é natural que a gente siga viagem em breve nos próximos meses. 

Não pense você que nos conforta este cenário de dúvida sobre a data de partida, muito pelo contrário. Gera uma baita angústia! Em breve vamos cravar a decisão e encerrar este debate.

Fecho aqui abarrotado de dúvidas e pensamentos... pois mandaram desligar o iPad,  ...até!