Mês difícil estes dois últimos. A correria no trabalho, a doença e posterior falecimento do meu sogro (Carlão, pai da Raquel), misturado com nossa mudança de apartamento. Tudo embolado, tudo misturado, tudo ao mesmo tempo. Por entre caixas e coisas espalhadas vi minha amada sofrer com a perda do amado pai (grande cara, grande amigo!). Mas de cabeça erguida e amadurecimento espiritual ela encarou de frente todo o processo e foi um dos pontos fortes da família dando apoio para mãe e irmãos. (Amo vc xulé!!!)
Agora com tudo mais calmo, escrevo estas palavras sentado na varanda do ap novo (o alugado)... e com tudo um pouco mais organizado olho São Paulo lá fora, acelerada, viva... as 22:00. "O mar acalmou agora", reflito. E certamente estamos tirando aprendizados neste turbilhão de coisas.
No processo de mudança de apartamento nos desfizemos de várias coisas que antes eram "importantes" p gente. Começou no ato da venda quando já fizemos uma lista de coisas encaixadas no apartamento e fizemos um pacote adicional com o comprador. E assim, nesta primeira leva foi-se minha adega, xbox, home theather, maquina de lavar louça, entre outros.
Mas não paramos ai.. estávamos determinados a simplificar nossas vidas. Logo após nossa mudança, a cada camarada novo que vinha aqui em casa para alguma instalação não exitávamos em encher uma sacola e fazer o dia dele: o cara da NET saiu com tênis, roupas, gravatas e paletós. Já o que instalou a geladeira, saiu com roupas para família, bolsas e livros. Um por um, foram ganhando o "dia".
A Fafa (nossa amiga - funcionária) foi a campeão: de tanta tralha teve que arrumar um frete (meio que uma mini-mudança) pra ajudar com tantas caixas. Foram roupas, computador, sandálias, bolsas, coisas de casa, panelas, livros, cds, dvds, e por ai vai. Mas não paramos aí! Quando o frete de mudança dela chegou para buscar as coisas... o marido e o ajudante também fizeram a festa... com tênis, relógios, camisas, etc.
Bacana ver os olhares. Uma mistura de espanto com alegria. "Por que vocês estão fazendo isso? ...eu vim para instalar sua tv e você me serve um café e me da um monte de coisas?!", nos perguntavam. "É isso ai", respondíamos. "...o ser humano tem uma capacidade impar de acumular coisas que não precisa, mas que teria muita utilidade para o outro", emendávamos.
Um amigo do trabalho chegou a me perguntar se tínhamos virados budistas (Edu, você lembra desse dia?!), eu disse que não. Mas fiquei com vontade é de dizer a verdade é que estavámos nos preparando para mudar para um barco.... e nele não caberiam gravatas, paletós, adegas, etc. Mas não dá (ainda) pra dizer isso, obviamente.
Além deste processo de "desapego", começamos a colher os pequenos frutos do ensino "duplo" das crianças.. o Lucca - nosso mais velho (6 anos) já começou a falar pequenas frases em inglês... com um sotaque perfeito, de fazer inveja para qq ingles macarrão tijucano ou niteroiense aprendido depois de velho - assim como o meu. Ta suado, caro, ralado.. mas nestas horas vemos que vale a pena.
...e assim estamos caminhando, e tijolo a tijolo nosso sonho vem sendo construído. E na virada do mês, com muito prazer, irei no topo da minha planilhinha e vou escrever "...faltam 27 meses".
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