Viramos a semana de olho na previsão do tempo acompanhando de perto a previsão de ressaca dado uma frente fria que rodou o oceano na altura de Santa Catarina. Afinal, LAFITTE está um brinco... Preparado pra ser levado do RJ para sua nova morada na Ilhabela. Sem estragos ou sustos, postergamos nossa saída para sexta as 4am, ja com tendência do mar ir se acalmando gradativamente ao longo do dia.
A surpresa em si, não veio do mar, mas sim da da terra. O plano original era termos a bordo um capitão experiente, o que traria mais segurança (pelo menos emocional) e seria boa oportunidade de colhermos mais aprendizado. Eu tinha deixado tudo arranjado ha 3 semanas quando acertei com o grupo todo e com um amigo da ilhabela para ser este protagonista.. Mas um dia antes da nossa partida o tal amigo teve que furar pois descobriu que estava com dengue. ...encaramos a noticia meio que receosos, mas como estávamos com tudo preparado, barco abastecido, logistica toda arranjada... mantivemos o plano e transformamos o fato em desafio.
Nossa tripulação era composta de quatro calouros variando entre calouros-prego e calouros-sênior. Todos com razoável conhecimento de vela, porém pouca experiência em navegação oceânica e pouco conhecimento sobre o barco. A nosso favor tínhamos a previsão do tempo, um litoral muito bem mapeado na carta náutica e vários bons abrigos ao longo do percurso. E para diminuir nosso risco decidimos evitar a navegação noturna e decidimos sempre ancorar ao longo do percurso.
Nosso receio com a noite (além da escuridão e do mar em si) era também com o excesso de redes e barcos de pesca que teríamos pelo caminho... Bastando uma delas para se enroscar no nosso leme ou hélice para transformar nosso passeio em perrengue.
Sair de madrugada pela boca da baia de Guanabara tem o seu valor. Com o dia avermelhando fomos avançando deixando ao largo a silhueta do pão de açúcar, cristo e pedra da Gávea. Cenas de cinema, temperadas ainda mais pelo mar. E como previsto no fim do primeiro dia ja estávamos ancorados sem sustos em Abraão, na Ilha Grande, para um chope gelado na vila. No dia seguinte, madrugamos novamente e rumamos por dentro da baia de Angra, cortando a ponta do joatinga e seguindo ate a ilha Anchieta em Ubatuba, local do nosso segundo pernoite. Bela ilha, com bela enseada. Pretendo voltar aqui novamente para explora-lá com mais calma em breve. E entre trocas de turnos, churrascos, vento bom e alto astral, progredimos com media de 5milhas ate a ilhabela, onde apoitamos domingo pela manha sem imprevistos ou sustos.
Fantástico! Barco devidamente amarrado em sua nova poita na ilha... E com alto astral retornei para SP cheio de planos para os próximos finais de semana. Me aguardem!
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