terça-feira, 1 de janeiro de 2013

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São Paulo, 1 de Janeiro de 2013.

O mais difícil é dar o passo e cortar as amarras. Não as do barco, mas sim a dos nossos hábitos e valores há tanto enraizados na cidade grande e na vida profissional.

Quando eu era moleque, rodava acampando de mochila Brasil afora e sempre via no mar objeto de desejo, sonho de “consumo” – talvez uma opção de vida. Mas verdade é que nessa época o sonho era distante quase utópico, dado o rumo natural da vida.

Estudei, me formei, comecei a trabalhar cedo.. e quando pisquei já estava preso dentro da "gaiola dos ratos" correndo como louco, egoísta, focado na carreira corporativa. Os anos passaram, bons anos - não posso reclamar. 

Em 2002 conheci minha alma gêmea, a Raquel. Crescemos no mesmo bairro em Niterói, estudamos na mesma escola, tivemos o mesmo professor de violão, estudamos no mesmo curso de inglês, mas foi em Itacaré, na Bahia onde fomos nos conhecer. Ela ficou doida pra dançar forró comigo logo de primeira - ela nega, mas eu acredito :)). A vida da gente é curiosa, cheio de curvas e bifurcações que um dia talvez a gente venha a entender.

Em 2004 casamos e nos mudamos para São Paulo onde tivemos dois lindos filhos - Lucca e Bruno. Vascaínos como eu. É...  não podemos reclamar da vida. 

Ela também sempre teve espírito livre e desejo de conhecer o mundo. E em um dado momento, meio que por acaso, o sonho de buscar uma vida simples e se mudar para o mar deixou de ser meu... e virou nosso.

E falando sobre sonhos....

Tenho comigo há muito tempo uma planilha que chamo de “Projeto 10 Anos” - na capa dela, tenho a foto do Dalai Lama que recebi do meu irmão - meu grande amigo. "Pensei em você", disse ele. Tudo a ver comigo na época dado o caminho corporativo-encarreirado que estava trilhando, completamente preso na corrida corporativa.

Nesta planilha, projetei minha vida financeira, profissional e familiar por anos.  Comecei a rabiscá-la aos 25, planejando o momento da mudança exatamente aos 37 anos de idade, justamente a fase que estou hoje.

É como uma maratona de milhares de km que você correu e que envolveu anos de preparação e dedicação e quando você está próximo a linha de chegada você tende a exitar, pensando duas vezes antes de dar o próximo passo. Bate o medo, a insegurança... Mas ao mesmo tempo vem lá de dentro (ou lá de cima ?!) algo que te empurra e te força a seguir adiante.

Quanto de grana precisamos ? Será que vamos limitar o futuro dos nossos filhos? E se todos não se adaptarem a um novo estilo de vida ? E se nos faltar grana lá na frente? São milhares de “se”...

A vida da gente é curiosa: quando jovem, a gente pensa em milhares de motivos que nos faz dizer “sim” e sempre dar o passo, por mais desprendido e aventureiro que seja. Por outro lado, depois de “velho”, nossa cabeça faz o oposto nos forçando sempre a pensar nos mil motivos para dizer “não” e se acomodar. Uns chamam isso de amadurecimento outros chamam isso de medo.

Nesta hora, lembro muito do meu pai, que nos deixou precoce aos 44 anos de idade. Com esta perda aprendi que a morte faz parte da vida e que a vida deve ser vivida intensamente, repleta de novas experiências e grandes amizades. Esta perda sem dúvida foi a grande semente de muita coisa que roda e sempre rodou na minha cabeça e coração.

É justamente sobre a experiência de mudança de vida e transformação que pretendemos dividir com vocês aqui neste blog. E esperamos que ela de alguma forma sirva para te motivar seja pra buscar o “sim” ou simplesmente para se manter no “não".

Começa aqui nosso "Projeto 4birds!”.

Nosso plano é simples: ver o outro lado da vida, largar a rotina da cidade.... viver uma vida simples a bordo de um veleiro rodando por ai, para onde o vento queira nos levar. E anote aí pois a data de “corte das amarras” se dará em 2015!

"Por que?!", ...nos acompanhe pois você vai entender.








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